quarta-feira, 11 de maio de 2011

Missiologia Artística

É comum no meio cristão – embora não devesse ser – pessoas entenderem a forma que foram direcionadas por Deus para realizar seus trabalhos como a única forma correta. Alguns até pensam que essa forma é algum tipo de doutrina, sendo assim todos tem que seguir a mesma cartilha.

Quantos pastores, denominações e missionários querem impor metodologias rígidas sobre assuntos flexíveis?

No campo da arte isso não só acontece como é possível que seja bem mais acentuado.

Porem é impossível padronizar o desenvolvimento artístico e criar uma doutrina metodológica para a criação, ao fazer isso privamos artistas de seguirem um rumo natural para seu estilo de arte e até de ouvirem a voz de Deus.

Creio na linguagem da criatividade e que Deus a usa com muito entusiasmo para comunicar-se com os artistas.

Outro equivoco derivado deste é o que leva o entendimento de que toda criação artística deve ser permeada com evangelismo ou citações claramente cristãs, parece que o artista cristão tem mais credibilidade quando escreve “jesus” em sua arte do que quando age baseado nos princípios dEle.

Isso é remediado nas palavras de Santo Agostinho “pregue em todo tempo, se preciso use palavras”, nem sempre é natural para o artista cristão se expressar de maneira a deixar claro em sua arte alguma verdade bíblica – embora essa arte não deva ferir o caráter de Deus – , mas é imprescindível que ele demonstre essa verdade através de seu modo de viver, e talvez isso seja bem mais “eficiente” já que de “fakes” as pessoas lá fora estão cheias!

Alem disso é difícil imaginar música como se imagina uma pintura, as mídias são extremamente diferentes e por isso devem ter atenção totalmente diferentes, métodos de criação diferentes e ênfase totalmente diferentes.

Sei que esse tipo de liberdade é sempre motivo de medo, será que ao deixar a criatividade solta não teremos problemas com uma arte manchada pelo mal ao invés de uma arte sadia? Para que isso não ocorra o artista cristão deve ter uma mente renovada que não se conforma com o rumo do mundo a sua volta (Romanos 12:2), isso só será possível através de um relacionamento pessoal com Deus.

Existem diversas maneiras de o artista cristão ser útil ao Reino, nenhuma delas, no entanto pré-moldada, apesar da importância e relevância de compartilharmos nossas experiências uns com os outros e isso servir de inspiração, essas experiências não são doutrina, e uma das maiores colaboradoras na criação de seitas e heresias é justamente criar doutrinas a partir de experiências.

Seguir nosso próprio caminho não é fácil, mas certamente é assim que nossa arte amadurece, se torna relevante e pode ser apreciada além dos círculos e meios tão viciados em mediocridade que são incapazes de ultrapassar as paredes de um templo ou nicho.

Fábio Q

Fonte http://solomon1.com/

Um comentário:

  1. Muito bom e real! Gostei da parte onde diz que o artista "parece" ter mais credibilidade quando cita explicitamente o nome de Jesus em suas obras... infelizmente muitas pessoas não conseguem apreciar a arte e ver Deus sem que aquilo esteja esfregado na cara dela, acho que as pessoas se acomodaram e elas não procuram PENSAR e ACHAR Deus nas coisas (tem uma musica do João Alexandre chamada Proibido Pensar, muito boa, finalizando ótimo post.

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